Proposta revê o uso do teste CD4, que avalia o número de linfócitos na corrente sanguínea do paciente. Médicos defendem manutenção do procedimento
Por MULTICONEXÃO NOTÍCIAS
O Ministério da Saúde pode aposentar a partir do ano que vem uma ferramenta considerada importante por infectologistas para acompanhar o tratamento de pacientes infectados pelo vírus HIV. Trata-se do exame de CD4, que controla a quantidade de células de defesa no corpo.
A proposta prevê a restrição do exame para casos muito específicos até o fim dos estoques, o que deve ocorrer no fim de 2015. A ideia é não fazer novas compras. "Médicos devem se acostumar com tecnologias mais modernas", diz o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
A proposta começou a ser apresentada pelo diretor em alguns encontros regionais de especialistas em laboratórios e deverá ser discutida também com integrantes do Consenso Terapêutico. "Não é apenas o Brasil que está revendo o uso do CD4", afirma o diretor. "A Organização Mundial da Saúde também vai analisar o tema". A expectativa de Mesquita é a de que o tema seja definido ainda este ano.
Controvérsia — Entre especialistas brasileiros, no entanto, o assunto está longe de ser um consenso. "Concordo que a tendência é de redução da indicação desse exame. Mas ele ainda é fundamental e não há perspectivas de que isso mude em um curto espaço de tempo", afirma Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Jorge Beloqui, pesquisador do Núcleo de Estudos de Prevenção da Aids, tem avaliação semelhante. "Esse exame não é um ornamento", diz. A maior crítica de Beloqui está na forma como o assunto está sendo conduzido. "Não há diálogo com associações de portadores do HIV. As propostas vêm de cima para baixo, como um decreto real."
Conteúdo e imagem: Veja.abril.com.br/
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O Ministério da Saúde pode aposentar a partir do ano que vem uma ferramenta considerada importante por infectologistas para acompanhar o tratamento de pacientes infectados pelo vírus HIV. Trata-se do exame de CD4, que controla a quantidade de células de defesa no corpo.
A proposta prevê a restrição do exame para casos muito específicos até o fim dos estoques, o que deve ocorrer no fim de 2015. A ideia é não fazer novas compras. "Médicos devem se acostumar com tecnologias mais modernas", diz o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
A proposta começou a ser apresentada pelo diretor em alguns encontros regionais de especialistas em laboratórios e deverá ser discutida também com integrantes do Consenso Terapêutico. "Não é apenas o Brasil que está revendo o uso do CD4", afirma o diretor. "A Organização Mundial da Saúde também vai analisar o tema". A expectativa de Mesquita é a de que o tema seja definido ainda este ano.
Controvérsia — Entre especialistas brasileiros, no entanto, o assunto está longe de ser um consenso. "Concordo que a tendência é de redução da indicação desse exame. Mas ele ainda é fundamental e não há perspectivas de que isso mude em um curto espaço de tempo", afirma Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Jorge Beloqui, pesquisador do Núcleo de Estudos de Prevenção da Aids, tem avaliação semelhante. "Esse exame não é um ornamento", diz. A maior crítica de Beloqui está na forma como o assunto está sendo conduzido. "Não há diálogo com associações de portadores do HIV. As propostas vêm de cima para baixo, como um decreto real."